Bagatini... o Incrível Hulk

 No ano de 1980 o Esporte Clube Vitória conquistou um importante feito para a sua história. Voltou a conquistar o Campeonato Baiano após sete anos. No ano anterior, a competição havia sido perdida devido a uma falha do goleiro Gelson na última partida. O Leão sentira a necessidade de contratar um novo arqueiro, e o fez. O goleiro que assumiu a responsabilidade nesse ano foi o gaúcho Cezar Bagatini, que chegou a Bahia emprestado pelo Internacional e já obtivera boa reputação anteriormente pelo Caxias.

Bagatini ao centro da imagem, sentado no banco, no treino na Toca do Leão.

 Nascido no dia 12 de Março de 1952, no município de Encantado (RS), Cezar Angelo Bagatini ingressou no esporte bretão na década de 1970, passando pelo Caxias e Internacional. Chegou ao Vitória em 1980, ano em que o Leão quebraria o tabu de sete anos sem o título do Campeonato Baiano.

Bagatini, de vermelho, tomando chimarrão ao lado de Paulinho e Pavão.

 Bagatini chegou ao rubro-negro com outros dois concorrentes para a mesma vaga, Ivan e Pavão. Porém, foi ele quem assumiu a posição para o estadual daquele ano. Os companheiros de equipe logo lhe deram a alcunha de "Incrível Hulk" devido ao seu forte porte físico que se assemelhava ao do personagem dos quadrinhos da Marvel Comics.

Bagatini ao meio, junto dos companheiros de equipe: Ivan e Pavão.

                                                    

Charge do Correio da Bahia, o intitulando como "Hulk".

 Nesse ano o time ainda contava com a presença do treinador Aymoré Moreira, que quando futebolista, atuava também como goleiro.  O primeiro jogo de Bagatini pelo rubro-negro foi diante do Itabuna, pelo Campeonato Baiano. Em seu primeiro clássico BaVi, disputado na Fonte Nova, o Leão venceu por 2 a 0. Como o mesmo classifica: "comigo não tinha brincadeira na área".

Em seu primeiro clássico BaVi, em 1980.

 A primeira passagem do atleta gaúcho se consolidou com a conquista do Campeonato Baiano. No quadrangular final, o Vitória venceu o Galícia por 1 a 0 e alcançou os seis pontos precisos para sagrar-se campeão. Sendo assim, o jogo diante do Bahia foi cancelado, pois mesmo o rival vencendo, não teria mais chances de impedir o título. Devido ao seu desempenho, Bagatini foi premiado com o Trófeu Berimbau de Ouro, dado para o melhor jogador da competição.

Time do Vitória campeão do Baianão, da esq. pra dir. em pé: Bagatini, Paulo Maurício, Edson Silva, Amadeu, Válder, Zé Preta, Marquinhos e Pavão. Da esq. pra dir. agachados: Wílton, Zé Júlio, Alberto, Tadeu Macrini, Carlinhos, Paulinho, Xaxá e Zé Roberto.

Trófeu Berimbau de Ouro, dado ao goleiro Cezar Bagatini.

 Saiu do clube no ano seguinte, e voltou para o Internacional. Já em 1982 retornou ao Vitória, vindo do Sport. Nesse ano atuou junto de Beijoca, e novamente ao lado de Zé Augusto. Em 1984 foi para o Brasil de Pelotas, onde encerrou sua carreira.

Aplicado nos treinos, Bagatini via tudo na Toca do Leão: a bomba de água, o motor do carro de um colega e até um jardim que plantou há dois anos. Não existe problema que ele não resolva. "Tem o futuro garantido".

 Aos 63 anos, Bagatini vive na cidade de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.