O feito extravagante do Vesgo foi tema na imprensa esportiva. |
A figura de Mário Sérgio enquanto jogador do Esporte Clube Vitória nunca deixou a desejar para o torcedor rubro-negro. O Vesgo com seu futebol que desconcertava rivais, agradava a gregos e troianos nas arquibancadas da Fonte Nova, e tamanha era a sua aclamação diante da torcida rubro-negra, que no Campeonato Baiano de 1972 ele ficou somente de sunga no gramado na comemoração do título do segundo turno do estadual.
Aproximou-se de 70 mil o público do BaVi que definiu o vencedor do 2° turno do Baianão, em 4 de junho de 1972. Com gols marcados por Zé Eduardo e André Catimba, o Vitória liquidou seu rival por 2 a 1 e se consagrou no campeão do turno. Na comemoração, o novato Mário Sérgio, de 21 anos de idade, foi até a pista do estádio e arremessou o calção pra torcida como forma de presente. O atleta ficou só de sunga e explicou o motivo de jogar o calção para os rubro-negros ao invés da camiseta.
- A camisa já estava prometida para a minha mãe que mora no Rio. - assim disse o Vesgo.
Parte da torcida por sua vez considerou a atitude do atacante leonino como uma afronta. Mas Mário replicou dizendo que para ele isso era uma prova de amor ao clube e a torcida. Acontece que nos anos 70, mas valia a bola jogada que as palavras ditas, e Mário pouco mais de um mês antes fez um elogio a torcida tricolor após receber vaias num empate em 0 a 0 com o Botafogo-BA. Nisso, os torcedores do Bahia compareceram para esse clássico decisivo com uma faixa nos dizeres: "A torcida do Bahia saúda Mário Sérgio, seu novo torcedor". Foi esse o motivo suficiente pra ele direcionar seu calção como presente para a torcida rubro-negra, porém a camisa fez questão de guardar para a mãe.
E foi com isso que a tradição pegou. Em 1980, quando o Vitória vencia o Galícia por 1 a 0 no primeiro tempo da final do Campeonato Baiano, que levaria o Leão ao fim do jejum de sete anos sem o estadual, os torcedores em fúria invadiram o campo para festejar antes do apito final da primeira etapa. Mau para os atacantes Tadeu Macrini e Paulinho, que tiveram seus calções e arrancados pelos torcedores leoninos, que mais tarde tiveram que devolver as indumentárias do uniforme para o prosseguimento do confronto.
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