Vitória e Cruzeiro no prélio que definiu o finalista da Seletiva. (Foto: reprodução do Youtube) |
Acontece que em 1999 a Conmebol mudou a fórmula de disputa da Libertadores, que de 24 times passou a ter 32. Com isso, o Brasil foi presenteado com mais duas vagas. Que foi distribuída para o clube vice-campeão brasileiro e para o campeão do torneio seletivo organizado pela CBF. O Vitória teve a chance de chegar a Liberta pelos meios mais fáceis, pois foi semifinalista do Campeonato Brasileiro, e caso chegasse a final já estaria com sua vaga garantida. Acontece que na melhor de três com o Atlético-MG perdeu dois jogos e acabou eliminado do Brasileirão, assim o Galo e o Corinthians - outro finalista, e futuro campeão - foram as equipes que garantiram as duas primeiras vagas. Já na Copa do Brasil, conquista pela Juventude, o rubro-negro decaiu nas oitavas-de-finais diante do Palmeiras, clube campeão da Libertadores naquele ano.
Restou ao decano a chance da Seletiva. O torneio organizado pela CBF ocorria ao mesmo momento em que as fases finais do Campeonato Brasileiro aconteciam. E era disputado pelos clubes que já não tinham possibilidade de chegar as finais. Em suma: os eliminados até a 16º colocação. Porém não era válido para os clubes que já estivessem rebaixados, como o Gama, que na 15° posição rebaixado por sua média cedeu vaga pelo Grêmio. O Palmeiras não precisou participar, pois já estava classificado após ter conquistado a própria Libertadores, e assim Portuguesa e Sport acabaram entrando na competição.
Folha de S. Paulo noticia a vitória cruzeirense sobre o Vitória. |
As três primeiras fases da Seletiva ocorreram sem a participação do Vitória, que ainda estava empenhado na luta para a chegar a final da competição nacional. Assim, o Leão da Barra participou somente da fase de semifinal, encarando o Cruzeiro, que havia eliminado o Vasco. O Cruzeiro dos ex-rubro-negros Paulo Isidoro e Alex Alves recebeu o Vitória no Mineirão em 11 de dezembro daquele ano. Com gols de Ricardinho, Alex Alves e Muller, a Raposa liquidou o Leão, que fez o seu de honra com Cláudio.
O episódio que antecedeu o jogo da volta indicava uma iminente derrota rubro-negra. O clima não era dos mais estáveis na Toca. Os jogadores estavam cobrando durante a semana do jogo decisivo o pagamento das premiações que lhes foram prometidas no jogo contra o Vasco, pelas quartas-de-finais do Brasileirão. A diretoria rubro-negra por sua vez afirmou que iria pagar aos atletas quando fosse recebido o as cotas de direitos televisivos. Em meio a isso, o técnico Toninho Cerezo afirmou: "O jogador precisa ser profissional em qualquer circunstância.".
Toninho Cerezo cede entrevista após o jogo no Barradão. (Imagem: reprodução do Youtube) |
O Leão já havia abatido o Cruzeiro naquele ano por um placar de 4 a 1, em outra ocasião, jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. Porém, no jogo de volta da Seletiva foi a vez de Paulo Isidoro executar a 'lei do ex', junto de De la Cruz, enquanto o Vitória estufou as redes com Manoel. Ali se esvaía mais uma chance rubro-negra de chegar a Libertadores. Na finalíssima o Cruzeiro perdeu para outro rubro-negro, o Atlético-PR.
Ficha do Jogo de ida:
Cruzeiro: André; De la Cruz, Marcelo Djian, Isaías e André Luiz (Espínola); Donizete Oliveira, Ricardinho e Valdo; Muller, Marcelo Ramos e Alex Alves. Técnico: Paulo Autuori.
Vitória: Fábio Costa; Rodrigo (Jean Carlo), Ibisés, Eloi e Leandro; Baiano, Fernando (Fernandinho), Preto e Tácio; Tuta (Manoel) e Cláudio. Técnico: Toninho Cerezo.
Gols: Ricardinho (19'), Alex Alves (22'), Muller (32'), Tuta (13').
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (RS)
Cartões: ----
Local: Mineirão
Público: 21.410 pagantes
Ficha do Jogo de volta:
Vitória: Fábio Costa; Preto (Jean Carlo), Moisés, Eloy e Leandro; Baiano (Pedro Paulo), Fernando (Fernandinho) e Allan Delon; Manoel e Cláudio. Técnico: Toninho Cerezo.
Cruzeiro: André; De la Cruz, Marcelo Djian, Isaías e Espínola; Donizete Oliveira, Donizete Amorim, Ricardinho e Valdo (Marcos Paulo); Marcelo Ramos (Paulo Isidoro) e Alex Alves (Geovani). Técnico: Paulo Autuori.
Gols: De la Cruz (27'), Paulo Isidoro (78') e Manoel (85').
Árbitro: Cláudio Cerdeira (RJ)
Cartões amarelos: Tácio, Baiano, Donizete Oliveira, Jean Carlo e Cláudio.
Local: Barradão
Público: 3.133 pagantes
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