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sexta-feira, 16 de março de 2018

Uma Anedota Infame... quando os rubro-negros vandalizaram a Fonte

Manchete da Folha de S. Paulo sobre o ocorrido.

 Se recentemente torcedores do rival vandalizaram nas arquibancadas do Barradão, em 1985 não foi muito diferente com os rubro-negros na Fonte Nova. Mesmo não se tratando de BaVi, os torcedores do Vitória, movidos pelas mais efusivas reações de uma derrota degeneraram o estádio em forma de revolta após uma simples derrota em 2 a 0 para o Itabuna. Isso porquê a questionável arbitragem da FBF provocou uma adversão na torcida.


 O caso se passou em 30 de outubro de 1985. O Vitória que vinha de uma invencibilidade de dezesseis jogos no Campeonato Baiano - isso desde o início do campeonato naquele ano - recebeu o Itabuna na Fonte Nova. Ainda eram somente 44 minutos do primeiro tempo quando os rubro-negros tomaram o gramado do estádio pra protestar contra o árbitro José Barreto de Sousa, enquanto o time rubro-negro ia perdendo por 2 a 0 pra equipe interiorana. Um dos torcedores leoninos chegou a dar uma mordida na coxa do juiz, e mesmo com o jogo já tendo sido declarado suspenso, a confusão continuou.

 A Polícia Militar que se fazia presente reagiu com projéteis letais, que feriram dois torcedores. Um deles tinha apenas 17 anos e foi atingindo na perna, o outro, de 34 anos de idade chegou a ser internado no hospital Roberto Santos com uma bala no pulmão. José Barreto, o árbitro da partida, era também sargento da PM e foi acusado pelos torcedores de mediar a partida embriagado. O mesmo chegou a dispor-se para um exame, mas o então presidente do Vitória, José Rocha, dispensou a necessidade disso, pois isentava-o do tumulto causado. Em contrapartida, a FBF ficou de cobrar do Vitória os estragos causados pelos fãs rubro-negros no gramado da Fonte e os 140 metros de alambrado arrancados, que causaram prejuízos de 35 milhões de cruzeiros.
Cenas pós-devastação rubro-negra na Fonte Nova. O prejuízo foi de 35 milhões de cruzeiros, segundo a FBF.

 Antônio Pithon, presidente da FBF na época, avaliou o mau desempenho do árbitro como uma das causas para exaltação dos ânimos, dizendo que o mesmo não teve pulso pra conter a violência em campo, mas que por sua vez os gols do Itabuna foram legais. Por fim, acusou os dirigentes do Leão da Barra de terem encorajado os torcedores a exercer a batalha campal, o que por sua vez foi negado pelo presidente José Rocha: "Não mandei ninguém invadir o campo. Além disso, nossos jogadores estão sentindo há muito tempo a violência dos adversários e os árbitros nada fazem.".

 Mais tarde no Campeonato Baiano - no qual seria campeão - o Vitória encarou o Itabuna outras três vezes. Nas duas primeiras, empates por 1 a 1, e na terceira um 2 a 1 pros rubro-negros.

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