Blog criado com o intuito de reunir crônicas sobre jogadores, partidas e outras histórias que marcaram época no Esporte Clube Vitória.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

1997... o BaVi que terminou na delegacia


 No ano de 1997, pelo mês de Abril, Vitória e Bahia tiveram de protagonizar mais um clássico BaVi na Fonte Nova válido pelo Campeonato Baiano. A ocasião envolveu uma história - ou estória - que até os dias atuais marcam um dos maiores clássicos nordestinos.

 Trata-se da rixa entre o volante Preto Casagrande que defendia a equipe rubro-negra o zagueiro Parreira então jogador do tricolor. O baixinho que representava o Leão da Barra provocou o adversário ao pé do ouvido. O atleta do rival acabou revidando com agressão e acabou expulso de campo. Na saída ao gramado ele disse para a imprensa que havia sido provocado. Os dois moravam no mesmo condomínio em Piatã e a mídia não perdoou. Especulou-se que houve relações sexuais por parte do provocador com a mulher do provocado.

 O rumor chegou á boca do torcedor, e já em outro clássico a torcida rubro-negra em coro cantava: "Desce a bandeira, Preto comeu a mulher do Parreira". Ou então: "Parreira é corno" quando o mesmo encostava na bola. E nem Bobô escapou dos cânticos: "Preto é o terror, comeu a mulher do Parreira e vai comer a de Bobô". Parreira inflamou-se de raiva com as canções em uníssono e acabou por agredir Preto novamente com um soco nos minutos finais do confronto. Mas desta vez teve como destino a delegacia após o final do embate que terminou em 4 a 2 para o Vitória.
Momento em que Preto é agredido por Parreira em BaVi na Fonte Nova


 Em entrevista para um canal de televisão, Parreira alegou o xingamento a sua mulher dizendo:

- Ofendeu porque ele é moleque. Toda vez que ele trombar comigo ele vai apanhar.

 Já em em outro BaVi disputado no Barradão no qual acabou em 1 a 0 pro time da casa Parreira novamente agrediu Preto com um carrinho em um lance do jogo. Uma hora após o término do clássico, o jogador do Bahia acabou por invadir o apartamento de Preto armado, puxou-o pelos cabelos e levou até sua casa onde o obrigou a ajoelhar e pedir desculpas a sua mulher com a arma apontada a sua cabeça. Após o ocorrido, o volante compareceu a delegacia onde prestou queixa acompanhado de seu advogado. O atleta tricolor deveria ter prestado seu depoimento no final da noite de uma terça-feira (dois dias após o jogo no Barradão), mas esteve desaparecido e não compareceu ao treino do rival na terça pela manhã. A delegada Kátia Borges comentou:

- Se ele (Parreira) não se apresentar eu vou pedir a prisão temporária dele, encaminharei o pedido a justiça e ficarei no aguardo da justiça.

 O vice-presidente jurídico do Bahia, Cícero Dantas, também prestou queixa na tentativa de defender o zagueiro. Ele disse:

- O Parreira foi humilhado pelos torcedores do Vitória durante todo o jogo.

Parreira dando um carrinho em Preto no Barradão
 Torcedores da época comentam que em uma das partidas houve um momento em que Preto chegou a fazer um chifre com as mãos. Insinuando que o adversário fosse "corno". Como dizia a torcida.

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