Zé Júlio... goleador aos 20 anos

Zé Júlio em um BaVi.

 No ano de 1976 no Vitória tinha destaque na equipe o argentino Rodolfo Fischer. Porém, mesmo El Lobo tendo respaldo no clube na maior parte do ano, disputando Baianão e Campeonato Brasileiro, o final de ano guardou-se para o destaque de outro craque que começaria a agir com a camisa rubro-negra. Ninguém menos que Zé Júlio, que após a saída do atacante portenho chamou a responsabilidade pra si e marcou sete dos 22 gols que o Vitória assinalou na conquista do Torneio José Américo Filho, o Nordestão daquele ano. Título esse que completa 40 anos nesse 18 de dezembro.


 José Julio da Silva nasceu em 24 de setembro de 1956 em Salvador-BA. Ele chegou no Vitória aos dez anos de idade, mas foi em 1972 que começou a se destacar nos juvenis do clube. Foi nesse ano que Zé Júlio disputou pela base do Leão o Campeonato Brasileiro de Dentes de Leite, torneio promovido pela CBD. Mesmo o torneio tendo tido boa parte de seus jogos disputados no Campo da Graça, o jogo do título ocorreu na prévia de um Vitória e Santos pelos profissionais. O adversário no torneio mirim foi o mesmo alvinegro, que perdeu por 1 a 0, com gol de Zé Júlio, ocasionando o título pro Vitória.

Na Fonte Nova pelo Campeonato Brasileiro de Dentes de Leite, em 1972.

 Mas foi três anos depois, já em 1975, que ele deu mais um passo para chegar aos profissionais. Treinado por Hélio Tapioca, que revelou outros atletas como Joel Zanata e Alberto Leguelé, Zé Júlio foi novamente campeão de um torneio juvenil, que lhe deu respaldo pra vir a atuar no fim da tempora do ano seguinte. 

Equipe campeã juvenil em 1975. 

 No ano seguinte começou a jogar pelos profissionais do Vitória no Campeonato Brasileiro, ao lado de Fischer e Silvinho. Marcou seu primeiro gol num 2 a 0 contra o CRB, nove dias antes de completar vinte anos. Em 20 de outubro marcou contra o São Paulo na derrota por 4 a 2. Com o fim do certame nacional, o Vitória ainda com Fischer na equipe ingressou no Torneio José Américo Filho. Zé Júlio veio a marcar seus tentos no 4° jogo da competição, no triunfo em 2 a 1 contra o Botafogo-PB. Depois, continuou marcando, contra as equipes do Treze, Confiança, ABC e Botafogo-PB novamente. Na final, o Leão encarou o América-RN em Natal e com dois gols seus e um de Geraldão levantou o troféu de campeão do nordeste.

Na Fonte Nova, aos 20 anos.

 E em seus "vinte anos de boy", continuou marcando gols em 1977. Foram seis pelo Baianão e um em um amistoso contra o Ceará. Em 1978 fez gols em quatro amisostosos consecutivos do Vitória, um contra o ABC, e outros três em seleções municipais da Bahia. Mas ainda nesse ano ele deu triunfos ao Vitória, balançando as redes contra o Mixto, num 2 a 1. No Baianão, foram dez tentos, além de outros seis em quatro amistosos contra equipes da Arábia.

Jogo contra o Mixto na Fonte, onde ele e Dendê marcaram pro rubro-negro.

 Em 1979, atuando ao lado de Sena e Geraldão foram 14 gols, sendo metade deles marcados no Campeonato Baiano. Em uma das ocasiões marcou três vezes o Redenção, na goleada em 6 a 1. Já em 1980, fez parte do elenco que conquistou o Campeonato Baiano e tirou o Vitória de uma seca de sete anos. Nesse estadual, ele marcou somente contra o Redenção, novamente uma goleada, só que desta vez em 3 a 0.

Com a faixa de campeão em 1980.

 Pelo Brasileirão de 1982, Zé Júlio marcou contra o São José e contra o Atlético-MG, este segundo foi seu último gol com a camisa rubro-negra. Deixou a Boa Terra pra jogar no Dom Bosco, de Cuiabá e mais tarde no Volta Redonda. Atualmente, reside em Salvador e é professor no colégio Favo.