(Créditos: Acervo de Ubiratan Brito) |
Na década de 60 o Vitória contou com um importante centro-avante em seu plantel para chegar ao bicampeonato baiano. Era ele Didico, atleta que anteriormente havia defendido o Bahia e ainda vestiu também a camisa do Galícia. O mesmo chegou ao clube por meio de uma troca e não deixou de vestir rubro-negro tão cedo, pelo contrário, viria a passar cerca de cinco temporadas defendendo o time vermelho e preto.
Edilton Brito Costa nasceu na cidade de Itajuípe-BA no dia 12/02/1936. Iniciou no futebol pelo Flamengo de Ilhéus em 1958. Ainda no mesmo ano começara a defender a equipe do Galícia, na qual permaneceria até o ano de 1961, quando começou a atuar pelo Náutico. No mesmo ano voltou a Boa Terra, onde defendeu o Fluminense de Feira. Não demorou muito e foi ao Rio de Janeiro atuar pelo Fluminense, lá não emplacou e de volta as terras baianas começou a defender o Bahia. Anos depois, em 1963 os desentendimentos do zagueiro Roberto Rebouças com a diretoria do Vitória resultou numa troca entre a dupla BaVi. Cada time supriu sua necessidade, o tricolor achou seu defensor e o rubro-negro o seu goleador.
Didico começou no decano em 1963, mas seria a partir do ano seguinte que ele viria a despontar. O atacante tinha faro de gol, e por isso foi alcunhado com mais de um apelido. Tem quem o chame de "O terrível matador", outros dirigem-se a ele como "Diabo Loiro". Parafraseando Gustavo Mariani: "bola na área, ele sempre fazia dormir na rede". Em 1964 ele integrou a equipe que conquistou o Campeonato Baiano. A decisão foi contra o Bahia e o primeiro jogo da final aconteceu em maio de 1965. O Leão da Barra que vinha de derrota pro arquirrival (uma semana antes) desta vez venceu por 2 a 1, gols de Didico e Reginaldo. O jogo de volta ocorreu cinco dias depois, dessa vez o rubro-negro perdeu por 2 a 1, mas Didico deixou sua marca. A partida final viria a acontecer somente no dia 30 de maio. Sob a arbitragem de Etel Rodrigues o rival saiu na frente com Mário, mas Itamar descontou duas vezes, o que fez com que o título ficasse para o lado vermelho e preto.
Time do Vitória campeão baiano de 1964. Didico é o terceiro agachado, entre Bartola e Fontoura. (Créditos: Acervo de Nivaldo Carvalho) |
Entre agosto e setembro de 1965, o Vitória participou da Taça Brasil e o Diabo Loiro deixou sua marca na partida Vitória 2 x 1 Campinense, o outro tento foi de Adelmo. Sete dias antes a dupla já havia balançado as redes no triunfo em 2 a 0 sobre o Ypiranga. O atacante prosseguiu na equipe para o Baianão de 1965, á época a imprensa desportiva baiana boicotava o Vitória. Mesmo diante desta adversidade, com ajuda do Terrível Matador que marcou cinco gols na campanha, o clube chegou a final e numa melhor de três, venceu o Botafogo-BA por 1 a 0 no 2° jogo, empatou os outros dois e sagrou-se bicampeão baiano. Tal feito só havia sido conquistado uma vez, em 1908/09.
Taças do Campeonato Baiano são erguidas por Nelinho, Ouri e pelo presidente Ney Ferreira. (Créditos: Acervo de Galdino Silva) |
Uma curiosidade é que em 1965 o Vitória por pouco não renovou com o atleta. O clube não tinha como renovar o vínculo, mas os torcedores correram atrás. Promoveram eventos na sede que ficava situada em Amaralina e em um desses o dinheiro arrecadado não foi o suficiente pra pagar o cachê do cantor Zé Keti. Assim, foi dado ao centroavante o título de sócio do clube, ele aceitou e prosseguiu no plantel.
Zé Keti, autor da marchinha "Máscara Negra" chegou a participar de um dos eventos, que não atingiu valor suficiente pro seu cachê. |
Permaneceu no clube até a temporada de 1967. Em 1968 passou a defender o Leônico, seu último clube na carreira, no qual se aposentou em 1970. Em 1999, no centenário do Vitória, Didico estava presente ao lado dos ídolos Romenil (seu companheiro de equipe) e Petckovic (que estrelava durante o fim dos anos 90). Na data foi condecorado com a Medalha do Centenário.
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