No início da década de 70 o Vitória contou com um trio exemplar vestindo o manto rubro-negro. Junto aos atacantes Osni e André Catimba, estava o meio-campista Mário Sérgio, considerados por muitos torcedores de longa data o melhor jogador da história do clube. Conquistou em terras baianas o Baianão de 72, e teve ótima participação no Brasileirão de 74.
Mário Sérgio Pontes de Paiva nasceu no Rio de Janeiro no dia 7 de setembro de 1950. Ganhou o apelido de Vesgo pelo fato de olhar para um lado e dar o passe pelo outro. O ex-presidente Paulo Carneiro, certa vez disse: "Mário é um fora de série". Já o professor Paulo Leandro, em poucas linhas definiu seu belo futebol: "Parece deslizar com a bola por um gramado de gelo ou outra superfície bem lisa. O marcador quer acompanhar, mas a reação dele é de quem assiste a um espetáculo". (sobre um jogo contra o Atlético-MG)
Mário foi revelado pelo Flamengo no fim da década de 60. Pelo clube carioca fez apenas cinco jogos, marcando um gol. Logo deixou o futebol da Cidade Maravilhosa e veio para a Bahia trilhar seu caminho no Vitória. Começou a jogar pelo clube em 1971, mas o destaque veio no ano seguinte com a conquista do Campeonato Baiano.
Ao lado de Roberto Rebouças antes de um BaVi. Antes do jogo só flores, mas dentro de campo o pau quebrou. (Acervo de Nivaldo Caravalho) |
A notoriedade com a camisa rubro-negra veio em 1972. Ao lado de André Catimba e Osni obteve o feito da conquista do Campeonato Baiano. O Bahia precisava apenas de dois empates para conquistar a taça. Por sua vez, Mário Sérgio marcou a favor do Leão vencendo um dos jogos por 1 a 0 e na outra partida um novo triunfo por 3 a 1. Foi o primeiro título estadual do decano após o bicampeonato de 1964/65 boicotado pela imprensa esportiva.
Mário Sérgio pelo Vitória em 1972. |
Outro ano em que a passagem de Mário Sérgio ficou marcada foi 1974. O Vitória obteve uma ótima participação no Campeonato Brasileiro, sendo derrubado apenas na segunda fase pelo apito do árbitro Agomar Martins, num 0 a 0 na Fonte Nova com o Vasco. Tamanha foi a importância do Vesgo pelo clube naquela competição, que o mesmo foi premiado com a Bola de Prata da Revista Placar.
Mário Sérgio agachado entre Osni e Zico na foto dos vencedores da Bola de Prata da Revista Placar. |
Não só dentro dos campos que Mário Sérgio causava muito. Na década de 70 costumava sempre andar sempre armado, na companhia de sua 38. Deixou o Leão da Barra em 1975, transferindo-se para o Fluminense. Obteve passagens marcantes pelo Botafogo, Internacional, chegou a jogar no Rosário Central-ARG, e encerrou a carreira em 1987 no rival Bahia. O meia deixou o campo no intervalo, tomou banho e assistiu ao resto do jogo nas numeradas, um empate em 1 a 1 com o Goiás.
Mário Sérgio em jogo contra o Atlético-MG. (Acervo de Galdino Silva) |
No ano seguinte de sua aposentadoria, começou a treinar o Vitória. Foi na Toca do Leão que obteve sua primeira oportunidade como treinador. Nesse ano foi bastante criticado por um radialista. Compareceu a TV Itapuã e rebateu as críticas. Treinaria o Vitória novamente no ano de 2001. Hoje, Mário Sérgio é comentarista do canal Fox Sports.
Mário Sérgio como treinador do Vitória em 1988. (Acervo de Galdino Silva) |
No mais, a vida do Vesgo daria um livro.
Deus o tenha, mas pense numa pessoa polêmica e irritante.
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